A beleza natural da
Praça Tiradentes, cercada pelas árvores centenárias que servem de abrigo e
alimento para as preguiças, ficou ainda mais rica com a exposição das pedras
preciosas no 5º Encontro Nacional dos Garimpeiros e 5ª Amostra de Produtos do
Garimpo
Nesta terça-feira (15),
aconteceu a abertura do 5º Encontro Nacional dos Garimpeiros e 5ª Amostra de
Produtos do Garimpo, na Praça Tiradentes. O evento é uma iniciativa do
Sindicato Nacional dos Garimpeiros, com o apoio da Prefeitura de Teófilo Otoni.
A beleza natural da praça, cercada pelas árvores centenárias que servem de
abrigo e alimento para as preguiças, ganhou mais brilho e ficou ainda mais rica
por causa das preciosidades que saltavam aos olhos de quem passava pelas
barracas dos expositores. Pedras preciosas com cores e formatos variados
talhadas à mão de verdadeiros artistas.
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Presidente do Sindicato, Robson Caio de Andrade. |
Segundo o
vice-prefeito, dr. Ilter Volmer Martins, a prefeitura abraçou a causa dos
garimpeiros. Ele torce para que esse comércio seja cada vez mais amplo, no
sentido de preservar o título pelo qual a cidade ficou conhecida como a Capital
Mundial das pedras preciosas. “Nós temos
que incentivar. O prefeito Getúlio Neiva e eu queremos o bem para a cidade pra
todos, desde o garimpeiro até o grande comerciante de gemas. A cidade é plural
e precisa haver esse tipo de comércio, reativá-lo e fomentá-lo, fazer com que
aumente as vendas para que todos saiam ganhando e produzindo seu produto”,
disse.
Turismo
da cidade
De acordo com Martins,
o principal turismo de Teófilo Otoni sempre foi o comércio de gemas, por isso é
importante investir nesse setor. “Que a
gente aumente mais ainda, tanto na praça quanto no Expominas. Nós queremos que
tudo cresça em harmonia, a cidade é pra todos, portanto plural , e precisa
respeitar todas as suas tradições. A minha presença aqui hoje é justamente para
dar legitimidade e poder falar com as pessoas que estamos juntos por Teófilo
Otoni”, afirmou o vice-prefeito.
O presidente do
Sindicato Nacional dos Garimpeiros, Robson Caio de Andrade, está à frente da
entidade desde 2001. Segundo ele, o sindicato foi fundado em 1954, por meio de
um decreto a pedido do presidente Getúlio Vargas. Robson agradeceu o apoio da
prefeitura pelo empenho em realizar mais uma edição da feira de pedras.
“Estamos mostrando o
que nós temos sem precisar de enfeites ou holofotes. Fazendo a Praça Tiradentes
brilhar como antigamente. É um evento cultural, pois tinha gente que morava em
Teófilo Otoni e não conhecia uma pedra”.
Por
uma política de exportação
Robson teceu algumas
críticas quanto ao destino final que as pedras vêm sofrendo nos últimos anos na
região. “Quando fiz a primeira feira, a cidade tinha 2700 lapidações hoje só
tem 349. Teófilo Otoni ao invés de crescer decaiu. Eles pegam nossas pedras e
levam para o Japão, Índia, China, in natura. Nós temos que dar trabalho para o
nosso povo, porque afinal de contas, nós temos o maior lapidário do mundo aqui”,
defendeu.
Segundo Andrade, uma
estatística de 1997 revela que o Brasil produziu 70 toneladas de ouro comprado
e derretido pela Caixa Econômica Federal. Ele afirma que desse montante 20
toneladas foram destinados ao mercado interno de joalherias no Brasil. “Já a
Itália que não produz um grama de ouro derreteu 400 toneladas. O que nós
precisamos é de uma política que proíba a exportação da pedra bruta, para que
possamos exportar a joia, pois é ela que dá lucro. Nós somos sindicalistas para
proteger os garimpeiros, que é um povo honrado e que tira desde o ouro,
diamante e a pedra, até os minérios que fabrica hoje as grandes tecnologias”,
revelou Robson.